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sexta-feira, 10 de julho de 2015

De frente com Gabi

A frase que escolhi
A frase que escolhi para estampar meu convite de aniversário de 15 anos foi da minha banda preferida, a Charlie Brown Junior. Quando pequena vivia em um prédio e minha melhor amiga, e também a primeira amiga que fiz na vida, tinha uma irmão mais velho que andava de skate e escutava esse estilo musical. Cresci ouvindo Planet Hemp, Raimundos e Cbjr, também ouvíamos as vezes Back Street Boys e Spice Girls com a irmã dela. Mas o Charlie Brown ganhou meu coração, eu e minha amiga ouvíamos isso sempre, cantávamos todas as músicas. Quando cresci queria ir em todos os shows, viajei para vê-los tocar e fiz parte de fã clube, ganhei skate e passava algumas tardes aprendendo a andar, fazia coleção de cd's e dvd's e só não tatuei o símbolo da banda porque minha mãe não deixou. Minha mãe também me aplicou o pior castigo do mundo, proibiu que eu fosse a um show deles em São Bento do Sul em que eu entraria no camarim porque não havia feito as tarefas de casas (não lembro se depois disso passei a fazer as tarefas ou continuei renegando-as). Mas não posso esquecer que ela me levou em tantos outros shows e ainda cantou e pulou comigo o show inteiro! Meu sonho na época era conhecer Santos e o Chorão Skate Park. Conforme fui crescendo a paixão foi diminuindo e outras bandas começaram a fazer parte do meu repertório musical, não comprei nenhum cd depois que a banda se separou por completo e apenas o Chorão permaneceu no grupo e também não quis mais ir aos shows, eu estava virando adulta! Lembro bem do dia em que estava ouvindo a rádio enquando dirigia para o trabalho quando ouvi na rádio que eu não poderia mais assistir nenhum show da banda, meu ídolo havia morrido (de overdose, como todos os heróis, não é Cazuza?) e eu chorei. Chorei pela morte de alguém que nunca fez parte da minha vida mas que na verdade esteve comigo minha adolescência inteira. 
Fazem alguns dias que o Brasil se comoveu com a morte de um cantor sertanejo, eu fiquei sabendo da notícia pelo meu irmão e não tinha a menor ideia de quem era o morto e fiquei sem saber até o dia em que a quantidade de notícias com relação ao moço começou a me irritar. Era Zeca Camargo falando uma coisa, fãs revoltados falando outra e eu aqui, sem entender nada. Ouvi uma, duas, na terceira música troquei de banda, não gostei. Não que eu não goste de sertanejo, graças ao meu irmão eu aprendi a cantar várias músicas e a me acostumar com o ritmo, já cheguei a ir em show de algumas duplas, inclusive!
Bem, mas o que eu queria falar mesmo era sobre a vida em prédio que tanto me deu! Graças aos anos que passei em prédio eu pude ter uma infância completa. Aprendi a apertar a campainha do vizinho e sair correndo pela escada, a apertar todos os botões do elevador e ficar rindo só de imaginar quem iria parar em todos os andares antes de chegar ao seu, a comer tictac fingindo ser remédio, a ser café com leite e atrapalhar a brincadeira dos mais velhos, a ter a casa cheia de amigos que só iam embora bem tarde quando a mãe interfonava dizendo "não vai voltar pra casa hoje não??". Só quem cresceu em prédio sabe o quanto é legal ser piá de prédio! Meus vizinhos da frente eram alguns anos mais velhos que eu e sempre que me encontravam diziam "nós moramos de frente com Gabi" fazendo analogia ao programa da Marília Gabriela que na época passava no SBT, eu achava engraçadérrimo e ainda acho. E é por isso que criei uma nova sessão chamada De frente com Gabi, não teremos entrevistas mas teremos devaneios (como esse), contos, crônicas e dicas de livros, filmes, músicas e seriados!
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